
PACIENTES IMUNOSSUPRIMIDOS OU DOENÇAS AUTOIMUNES TÊM RISCO MAIOR DE DESENVOLVER CÂNCER DE PELE
Quem são os pacientes imunossuprimidos?
- Pacientes transplantados (transplante cardíaco, transplante pulmonar, transplante renal, transplante hepático, transplante de medula óssea).
- Pacientes com HIV/AIDS
- Pacientes com doença inflamatória intestinal (doença de Crohn, retocolite ulcerativa idiopática)
- Pacientes com doenças autoimunes, como lúpus, esclerodermia, síndrome de Sjogren, dermatomiosite
O que é imunossupressão?
A imunossupressão é a redução da atividade do sistema imunológico, que pode ser causada por alguma doença ou farmacologicamente através do uso de medicamentos que tratam alguma condição ou doença.
Pessoas transplantadas
Pessoas transplantadas são aquelas que tiveram um órgão ou tecido substituído e que após o transplante precisam tomar medicamentos que suprimem o sistema imunológico (chamados imunossupressores) para prevenir a rejeição do órgão transplantado.
O uso dos medicamentos imunossupressores, por sua vez, aumenta o risco de desenvolver câncer de pele, especialmente carcinoma de células escamosas (CEC). As drogas reduzem a capacidade do sistema imunológico de detectar e se defender contra o câncer.
Doenças autoimunes
Embora menos conhecido, pessoas com doenças autoimunes têm um risco maior de câncer de pele. Essas doenças fazem com que o sistema imunológico ataque erroneamente o tecido saudável em lugar de combater a doença, elevando o risco de carcinoma basocelular (CBC) ou carcinoma espinocelular (CEC), os dois tipos mais comuns de câncer de pele.
As doenças autoimunes que têm relação com câncer de pele são lúpus, esclerodermia, síndrome de Sjögren e dermatomiosite. Outras doenças autoimunes que podem aumentar o risco de desenvolver alguns tipos de câncer de pele são a psoríase e a artrite reumatoide.
Um fato relevante é que mulheres são mais propensas a ter doenças autoimunes do que homens, e em geral, ocorrem durante a idade fértil, isto é, da adolescência até os 40 anos aproximadamente.
Efeito dos medicamentos imunossupressores
O tratamento com medicamentos imunossupressores prescritos para doenças autoimunes ou para prevenir rejeição em transplantados, representa um importante fator de risco para o desenvolvimento de câncer de pele; estes medicamentos podem suprimir não apenas as células agressoras da doença autoimune, mas também grande parte do sistema imunológico, ou mesmo todo o sistema imunológico, permitindo que as células cancerígenas cresçam sem controle; estudos indicam que o risco de desenvolver câncer de pele em receptores de transplante de órgãos é 100 vezes maior do que a população em geral.
Dos imunossupressores utilizados, os que oferecem maior risco são: azatioprina, ciclosporina e tacrolimus; outros medicamentos imunossupressores (como metotrexato, micofenolato e inibidores de calcineurina) e os chamados imunobiológicos ou a combinação de várias medicações imunossupressoras também são responsáveis por uma maior incidência de câncer de pele na população de transplantados.
Como minimizar riscos em pacientes imunossuprimidos
É fundamental apostar em medidas de prevenção que incluem:
- evitar a exposição ao sol nos horários de pico
- evitar câmaras de bronzeamento artificial
- usar roupas que cubram, o máximo possível, áreas expostas da pele, quando estiver ao ar livre
- para áreas não cobertas, usar um chapéu de abas largas, óculos de sol com proteção UV e outros acessórios
- aplicar um protetor solar de amplo espectro, resistente à água, com FPS 30 ou superior.
Essas estratégias, além da proteção contra o câncer de pele, têm benefícios adicionais em doenças reumáticas associadas à fotossensibilidade e onde os pacientes estão recebendo medicamentos que podem aumentar o risco de queimaduras solares (AINEs, sulfonamidas, metotrexato, por exemplo).
Recomendação
Considerando que o câncer de pele aparece mais precocemente e com maior agressividade em pacientes imunossuprimidos, estes devem ficar atentos a pintas, manchas e lesões na pele que não cicatrizam e que sangram, além de adotar estratégias de prevenção já explanadas acima. Como recomendação geral, é importante lembrar as pessoas que tenham acompanhamento dermatológico e se submetam a exames de pele de corpo inteiro a cada seis a doze meses.
Fontes:
SKINCANCER FOUNDATON. Uma condição médica pode aumentar o risco de câncer de pele? Publicado em: 20 de julho de 2018 . Última atualização: junho 9, 2021. Disponível no link:
https://www.skincancer.org/pt/blog/can-a-medical-condition-increase-your-risk-of-skin-cancer
CLEVELAND CLINIC. Risco de câncer de pele em pacientes imunossuprimidos. Disponível no link:
https://consultqd-clevelandclinic-org.translate.goog/skin-cancer-risk-in-immunosuppressed-patients?
OBSERVAÇÃO: As explanações contidas neste artigo são de caráter meramente informativo e não devem ser utilizadas para realizar autodiagnóstico, autotratamento ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.
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